Pedir ajuda não é uma vergonha

Todos nós passamos por momentos complexos e encontramos problemas com os quais se torna difícil lidar. Sentimo-nos angustiados, ansiosos, com medo, tristes, inseguros, desmotivados. É provável que surjam sinais de sofrimento psicológico, por vezes, acompanhados de sintomas físicos.

Ainda assim, a psicoterapia carrega o estigma e o preconceito da atribuição exclusiva ao tratamento de pessoas mentalmente disfuncionais. É impressionante o número de pessoas que afirmam ter o desejo, curiosidade ou necessidade de iniciar uma terapia mas, devido a uma série de mitos e preconceitos, sentem-se relutantes em experimentar o processo.

Embora esta visão se tenha vindo a atenuar, são muitos os que definem a procura de apoio psicológico como um “acto de coragem”, o que claramente demonstra que cuidar das emoções ainda não é algo natural e coloca a saúde mental em segundo plano.

Mesmo algumas das pessoas que ultrapassam tabus e preconceitos e procuram ajuda psicológica, tem tendência a esconder dos outros que estão a receber acompanhamento psicoterapêutico, por receio de julgamento.

Outro aspecto que desvia a procura de apoio terapêutico, é a crença distorcida e generalizada de que devemos ser capazes de enfrentar tudo sozinhos e que qualquer sinal de fraqueza deve ser ocultado.

Quando estamos doentes, não pensamos que é uma fraqueza procurar um médico. Quando queremos emagrecer, não pensamos que é uma fraqueza procurar um nutricionista. Quando precisamos de apoio psicológico, porque há-de ser uma fraqueza ou uma vergonha?

Querer ir ao encontro das expectativas sociais, a preocupação pela opinião dos outros e querer demonstrar, que é a tempo inteiro, uma pessoa optimista, e de sucesso, é um erro muito comum, sendo que a negação das fragilidades, constitui-se como o primeiro passo para intensifica-las.

É frequente o pedido de apoio ser realizado num momento em que o sofrimento já está bastante acentuado – Um pedido S.O.S.

E, neste âmbito, o timming é crucial para o alcance de melhores resultados.

Para que os tabus e preconceitos possam ser substituídos por atitudes mais humanas, dignas, inclusivas e saudáveis, é necessário desmistificar e esclarecer dúvidas, tirar os tabus do escuro, colocar luz onde existe sombra. Afinal saúde mental não significa ausência de transtornos, mas a promoção da qualidade de vida, a todos os níveis.

Joana Norton

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